As Quatro Regras do Método
Recomendou ele que qualquer pessoa dotada de bom senso, ao invés de
preocupar-se em acumular o conhecimentos sobre uma infinidade de leis e
regras, cujo excesso conduz ao vício, tentasse seguir as quatro regras
que ele elaborara para si e que pareciam servir muito bem aos seus
propósitos, desde que "rigorosamente observadas":
1 - jamais aceitar como exata coisa alguma que não se conheça à
evidência como tal, evitando a precipitação e a precaução, só fazendo o
espírito aceitar aquilo, claro e distinto, sobre o que não pairam
dúvidas.
2 - dividir cada dificuldade a ser examinada em quantas partes for possível e necessária para resolvê-la.
3 - pôr em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para atingir, aos poucos, os mais complexos.
4 - fazer, para cada caso, uma enumeração tão exata e uma revisão tão ampla e geral para ter-se a certeza de não ter esquecido ou omitido algo.
2 - dividir cada dificuldade a ser examinada em quantas partes for possível e necessária para resolvê-la.
3 - pôr em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para atingir, aos poucos, os mais complexos.
4 - fazer, para cada caso, uma enumeração tão exata e uma revisão tão ampla e geral para ter-se a certeza de não ter esquecido ou omitido algo.
Com tal método - extraído segundo Descartes, das práticas dos geômetras
que sempre partiam das coisas singelas para atingir as mais complicadas
- nada existirá de tão distante "que não será alcançado, nem tão
escondido que não seja descoberto". Graças a essa técnica racional que
age de maneira independente, conseguiu ele a autonomia da razão,
libertando-a das amarras religiosas. Fornecia também a todas as ciências
então emergentes um padrão epistemológico a ser seguido por elas.